Indígenas aderem à campanha das Nações Unidas pelo fim da violência contra as mulheres

25 de April de 2018

Com o apoio das agências da ONU que integram o Grupo Temático de Gênero, Raça e Etnia, mulheres indígenas adotam o Dia Laranja no Acampamento Terra Livre. Foto: Karina Zambrana

Mulheres indígenas que participam do Acampamento Terra Livre, em Brasília, anunciaram, nesta quarta-feira (25 de abril), a adesão à campanha Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Lançado pelo secretário-geral das Nações Unidas em 2008, a iniciativa mobiliza instituições e coletivos em todo o mundo para sinalizarem espaços e vestirem a cor laranja, nos dias 25 de todos os meses, como simbolismo na luta contra a violência de gênero.

A entrada das indígenas brasileiras na campanha reforça a pauta de reivindicações políticas dessa população, que apresenta dez pontos prioritários, entre os quais estão o fim da violação de seus direitos; o empoderamento político e a participação política; o direito à terra e aos processos de retomada; e os direitos econômicos.

Para Tsitsina Xavante, uma das lideranças articuladoras da ação do dia 25 de abril, ainda é preciso reconhecer como violações as práticas historicamente naturalizadas sobre os corpos das mulheres indígenas. “Quando você ouve que sua avó e sua bisavó foram pegas no laço, o que aconteceu é que elas sofreram violência. Foi estupro”, explica.

Presente ao ato, a analista de programa de Gênero e Raça do PNUD, Ismália Afonso, comentou que a mobilização das mulheres indígenas contra a violência de gênero é um ganho para toda o debate público sobre o tema. “Uma vida sem violência é uma das bases para conquistarmos todos os outros direitos. É preciso reconhecer a complexidade das demandas de todas as mulheres e os desafios próprios de cada grupo da população, como é o caso das mulheres indígenas e negras”, afirma.