A hora é agora: ativistas rurais e urbanas transformando as vidas das mulheres

8 de March de 2018

Foto: Tiago Zenero/ PNUD Brasil

Os movimentos de mulheres dominam o discurso global. Do #MeToo e do #TimesUp, que lançam luzes sobre o abuso e o assédio sexuais, até o #NiUnaMenos, o movimento "nem uma a menos" de protesto contra o feminicídio, as vozes das mulheres, exigindo igualdade, cruzam o planeta, e um sentimento palpável de mudança está no ar.

Esses movimentos e marchas infundem de significado especial o Dia Internacional das Mulheres deste ano. Hoje, celebramos as ativistas que trabalham, sem cansaço, para "enfrentar o patriarcado" e impulsionar todas e todos nós a conquistar direitos iguais para as mulheres.

Agora é a hora de por fim ao abuso e ao assédio sexual. Prevenir esse comportamento é nosso imperativo moral coletivo, pois ele precisa ser erradicado onde quer que esteja. Devemos trabalhar todas e todos juntos para mudar nossas culturas e criar ambiente seguro para a denúncia.

Agora é a hora de por fim à violência contra as mulheres. Em 49 países, faltam leis que protejam as mulheres da violência doméstica e, em 37 países, estupradores estão livres de processo se forem casados com a vítima ou se casarem-se com ela depois.

Agora é a hora de promover a participação política das mulheres. Elas representam somente 23,5% de parlamentares no mundo. O mundo precisa que as mulheres tenham a mesma voz na tomada de decisão.

Agora é a hora de fechar a lacuna salarial de gênero. A lacuna salarial global baseada em gênero é de 23% e levará 100 anos para acabar se mantido o ritmo de mudança atual. Precisamos valorizar o trabalho das mulheres e reduzir o fardo desproporcional de assistência e trabalho doméstico. Esse tipo de trabalho priva as mulheres de tempo para ganhar dinheiro e envolver-se na vida pública, e priva as comunidades e nações das contribuições das mulheres de forma integral.

Agora é a hora de garantir que as mulheres do meio rural tenham oportunidades iguais. 43% da força de trabalho na agricultura global são mulheres, e as mulheres rurais compõem a maioria dessas trabalhadoras. Elas precisam de igualdade de acesso a recursos, informação e tomada de decisão. A despeito do papel vital delas na produção de alimentos, e na adaptação e no desenvolvimento de resiliência à mudança global do clima, as mulheres rurais se saem pior que os homens rurais ou as mulheres urbanas em quase todas as medidas de desenvolvimento.

Agora é a hora de celebrar o ativismo em prol da igualdade e dos direitos das mulheres.  

Neste Dia Internacional das Mulheres, unam-se a mim ao celebrá-las e honrar o trabalho delas da melhor maneira possível: redobrando nossos esforços para construir um mundo livre de discriminação e exclusão e para tornar possível, para todas as mulheres e todos os homens, vidas com dignidade e oportunidade.

Elas criaram o momento certo para a mudança, que se ergue sobre as promessas da Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Esses 17 objetivos — que vão da erradicação da pobreza à promoção do crescimento equitativo e o alcance da educação de qualidade para todas e todos — são fortemente interconectados, e a igualdade de gênero é fundamental para o cumprimento de todos eles. Isso significa que todas e todos nós temos um papel a desempenhar no apoio ao empoderamento das mulheres, em casa, em nossas comunidades e no local de trabalho.

Juntos, ao conquistar a igualdade para as mulheres e ao cumprir a Agenda 2030, podemos garantir que nenhuma mulher ficará para trás.