Água e Pessoas é tema de debate no primeiro dia de atividades do Planeta ODS

21 de March de 2018

Foto: Rafael Zart/ Concurso de Fotos ODS/ PNUD Brasil

Como planejamento e ocupação de cidades podem afetar a vida e a saúde da população foi tema de mesa de debate no primeiro dia de programação do Planeta ODS, em Brasília. Na manhã da última terça feira (20), palestrantes tiveram a oportunidade de apresentar e discutir experiências e estudos de caso a respeito do assunto, que representa um dos eixos da Agenda 2030.

Durante o debate, Joaquim Fernandes, gerente de projetos do PNUD, apresentou um estudo desenvolvido pelo Programa em parceria com a Federação Internacional das Sociedades Cruz Vermelha (FIRC). O trabalho, realizado em 2017, consistiu em avaliar os impactos socioeconômicos do Zika na América Latina e no Caribe. Fernandes destacou que, apesar de o vírus não ser mais considerado uma Emergência de Saúde Pública, ainda é uma crise de saúde que pode afetar drasticamente as comunidades mais pobres. “Essa é a grande mensagem deixada no relatório, porque novos surtos podem surgir”, reforçou.  

A avaliação destacou como comunidades e famílias humildes sofrem desigualdade de acesso aos serviços de saúde, como água potável e saneamento, e têm menor participação na força de trabalho, o que os torna mais vulneráveis aos impactos do Zika. “A gente verifica a água como um recurso de doença e de saúde. Então, tem que ser gerida de forma responsável por todos nós, como sociedade, para que a gente possa evitar epidemias como essa”, concluiu.

Em seguida, Andréa Bolzon,  coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD no Brasil, contou um pouco sobre a experiência de trabalho que tem vivenciado no Oeste do Paraná. O projeto, desenvolvido mediante acordo com a Itaipu Binacional, visa fomentar debates a respeito dos ODS entre 54 municípios do local. Andrea apontou que o principal desafio é definir pontos de convergência entre os diálogos realizados com as prefeituras, o setor produtivo e a população em geral.

“Uma coisa muito importante, é que o diálogo tem que ser informado. A gente não acha produtivo chamar as pessoas para dialogar em cima do senso comum ou de preconceitos. Esse diálogo é vazio e não vai a lugar nenhum”, ressalta. Os estudos servirão de subsídio para uma plataforma online, pública e gratuita, de busca de indicadores municipais relacionados aos ODS.

Representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMAS) também tiveram a oportunidade de compartilhar estudos e projetos sobre o tema.

A assessora de saúde ambiental da OPAS, Maria Lúcia, apresentou estudo realizado pela OMS, a respeito do impacto do meio ambiente na saúde das crianças. O informe mostra que 25% da carga de doença total em crianças e 26% das mortes estão relacionadas aos riscos ambientais. A assessora reforça que um dos maiores desafios da instituição é assegurar a água e o saneamento como direito humano. “Isso (água) é para todas as pessoas, sem discriminação, para todos os usos pessoais, domésticos, em quantidade suficiente, qualidade segura e acessível economicamente”, explicou.

Já a subsecretária de Planejamento Ambiental e Monitoramento da Secretaria de Meio Ambiente do Governo do DF, Maria Silvia Rossi, trouxe, em sua fala, duas linhas de reflexão. A primeira sobre como a “questão ética tem papel importante no planejamento territorial e a discussão da democratização da água, para ela deixar de ser uma mercadoria e ser um direito fundamental à vida”. A segunda, sobre cidades resilientes e sensíveis à água que ainda não existem no Distrito Federal, mas que deverão surgir.

O “Planeta ODS” é resultado de parceria entre a Secretaria de Governo da Presidência da República, o Governo do Distrito Federal, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Centro Rio+.

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