Com apoio de ACNUR e PNUD, governo lança campanha de donativos para crianças venezuelanas refugiadas no Brasil

Ao todo, mais de quarenta caixas de coleta de leite em pó e fraldas descartáveis estarão disponíveis, até 6 de julho, no Palácio do Planalto, seus anexos, na Esplanada dos Ministérios e na Casa da ONU em Brasília

14 de June de 2018

Ajuda humanitária a venezuelanos, em Roraima. Foto: Reynesson Damasceno/ ACNUR.

A Casa Civil da Presidência da República lançou, nesta semana, a “Campanha de Arrecadação de Donativos para as Crianças Venezuelanas no Brasil”, desdobramento das ações humanitárias que o Governo Federal vem adotando para ajudar os emigrantes do país vizinho.

Na abertura da cerimônia de lançamento, no Palácio do Planalto, na última segunda-feira 12, a assessora especial da Casa Civil da Presidência da República, Verônica Sanchez, apresentou o programa “Viva Voluntário” e destacou o “Prêmio Viva Voluntário”, cujas inscrições estão abertas até o próximo dia 29,  assim como o aplicativo que permite a pessoas interessadas em voluntariado encontrar projetos nos quais possam colaborar. O PNUD é um dos apoiadores do programa.

Em seguida, o documentário “Venezuela: Um irmão que pede socorro” apresentou imagens e depoimentos sobre a situação que enfrentam hoje famílias venezuelanas, especialmente da classe média, obrigadas a abandonar lares, parentes, amigos e emprego por falta de condições de sobrevivência naquele país. Desde 2014,  cerca de 1 milhão de pessoas precisou deixar o país.          

Representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Isabel Marques afirmou que “com este acolhimento, o Brasil reafirma mais uma vez sua liderança na defesa das populações emigradas”.

A assessora da Subchefia Adjunta de Políticas Sociais da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Larissa Araújo, apresentou o depoimento “O que vi em Boa Vista”, a partir de experiência no trabalho de interiorização das famílias acolhidas no Estado de Roraima. “São pessoas como nós, que chegam por via terrestre. Não vêm por vontade própria, mas porque encontram no Brasil talvez a única chance de sobrevivência para si e suas famílias”.

A subchefe de Articulação da Casa Civil, Maria do Socorro Tabosa Mota, explicou que as ações de assistência emergencial aos emigrados têm três eixos: o ordenamento da fronteira, a acolhida e a integração social dos emigrados ao Brasil, por meio da interiorização. Ela apresentou números: há quatro mil abrigados em Roraima (3.500 em Boa Vista e 500 em Pacaraima), são servidas 7.600 refeições e realizados 70 atendimentos médicos por dia. Quinhentos venezuelanos já foram interiorizados. “Temos necessidade crescente de itens específicos. Por isso, a importância dessa campanha que estamos lançando”, salientou.

Após sua fala, Socorro Tabosa inaugurou oficialmente a campanha de doação, depositando um pacote de fraldas na caixa de coleta. O lançamento se encerrou com visita à exposição fotográfica “Crianças Venezuelanas no Brasil”, inaugurada no túnel entre os anexos e o Palácio do Planalto.

Parceiro do governo no programa “Viva Voluntário” e em ações de auxílio a venezuelanas e venezuelanos refugiados em Roraima, o PNUD apoia a campanha de doação, inclusive por meio de coleta de donativos na Casa da ONU em Brasília. “Essa iniciativa se insere em um contexto mais amplo, que envolve a participação ativa do PNUD no programa Viva Voluntário, somada ao esforço pela reinserção de venezuelanas e venezuelanos no mercado de trabalho e na sociedade, de maneira que possam seguir suas vidas com dignidade e perspectivas”, observa o diretor de país do PNUD no Brasil, Didier Trebucq.

A campanha encerra-se em 6 de julho. Haverá quatro caixas de coleta de leite em pó e fraldas espalhadas pelo Palácio do Planalto e anexos. Outras 40 ficarão à disposição na Esplanada dos Ministérios, além da que estará na Casa da ONU, em Brasília.

Do PNUD com informações da Secretaria Geral da Presidência da República.