Projeto de cooperação Sul-Sul recebe US$ 22, 5 milhões para desenvolvimento sustentável na cadeia produtiva do algodão

30 de April de 2018

Foto: ABC/Divulgação.

O programa "Apoio ao Desenvolvimento do Setor Algodoeiro por meio da Cooperação Sul-Sul” receberá aporte de US$ 22.5 milhões, com a assinatura de sua revisão substantiva pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e o PNUD. Iniciativa de cooperação que desenvolve seis subprojetos bilaterais na África, para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do algodão, o programa é considerado a mais importante ação de cooperação técnica internacional que o Brasil desenvolve atualmente no continente africano, em um total de 15 países. Ele tem contribuído, de forma efetiva, para a criação de uma nova política na relação entre o Brasil e a África, bem como para resgatar uma cultura agrícola histórica, tradicional e geradora de renda e de milhares de postos de trabalho na cadeia produtiva do algodão.

No ato de assinatura da revisão do programa, no fim da semana passada, os parceiros celebraram o novo impulso ao programa. Para o diretor da ABC, embaixador João Almino, "com o estreito diálogo entre todos os parceiros, foi possível redesenharmos o projeto, atendendo a todos os requisitos da cooperação internacional. Por meio da nossa relação horizontal, será possível executarmos as ações com bastante êxito." Presidente executivo do IBA, Haroldo Cunha expressou a satisfação do Instituto em estar cada vez mais próximo do programa. Relembrou a importância do corpo diplomático brasileiro que atuou na questão do contencioso do algodão com o EUA, na Organização Mundial do Comércio. Segundo ele, essa foi a primeira parte da história. "Estamos agora na segunda parte, e é nosso compromisso que ela seja contada por meio do bom uso dos recursos, de forma eficiente e eficaz. É muito importante que deixemos um legado e façamos a diferença tanto na vida do produtor brasileiro de algodão, como também na vida de qualquer produtor de algodão do mundo", ressaltou.

Diretor de país do PNUD, Didier Trebucq afirmou a importância do projeto para o PNUD e o compromisso da instituição em contribuir para o sucesso e agilidade de execução das iniciativas futuras. O coordenador geral de Cooperação Técnica com África, Ásia e Oceania, da ABC, Nelci Caixeta, deu o exemplo de um importante resultado de um dos projetos em curso. Ele mencionou o Mali, país que estaria utilizando uma semente melhorada de algodão, técnica aperfeiçoada no âmbito das capacitações realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e que já estaria contribuindo para um aumento significativo da produção de algodão no país. "Por enquanto, elas são utilizadas por somente 10% dos pequenos produtores de algodão do Mali. Estamos com muitas expectativas em relação à próxima safra, quando serão utilizadas em larga escala, e poderemos observar claramente os efeitos decorrentes do projeto".

O Brasil tem recebido novas demandas de países produtores de algodão, além de querer consolidar os subprojetos em andamento, de modo a garantir a sua sustentabilidade futura. O orçamento original de US$ 19.840.863,76 subirá, com o aporte atual após a revisão, para US$ 42.340.863,76, recursos que deverão ser utilizados por meio de projetos de cooperação técnica, realizados até 31 de dezembro de 2022. Para isso, realizou-se ainda o reajuste do cronograma da matriz de resultados do programa.