Astro de “Game of Thrones” viaja com o PNUD à Amazônia para compreender incêndios florestais

24 de September de 2019

© UNDP / Leonardo Fernandez for Getty Images

Nova York – O astro de "Game of Thrones" e embaixador da Boa Vontade do PNUD, Nikolaj Coster-Waldau, retornou recentemente de uma jornada repleta de descobertas ao Peru, onde viajou com o PNUD pela floresta amazônica para descobrir as causas – e os impactos – dos incêndios florestais. A missão lhe permitiu também compreender os efeitos da mudança global do clima nas comunidades de difícil acesso que vivem no local.

"Quando vi aquelas imagens da Amazônia pegando fogo, me senti, como todo o mundo, chocado, impotente e com raiva. Não fazia sentido para mim", disse Coster-Waldau. "Por isso, quis ir ao Peru e descobrir por que a Amazônia está pegando fogo".

O que Coster-Waldau descobriu foi que o desmatamento na Amazônia peruana, ao qual os incêndios são atribuídos, pode ser relacionado às desigualdades econômicas e sociais das comunidades que vivem nessa região.

As comunidades indígenas e locais desempenham um papel primordial na proteção da Floresta Amazônica, que cobre mais de 60% da área do Peru e é fundamental para o planeta por deter cerca de 20% das águas fluviais da Terra. No entanto, na Amazônia peruana, muitas dessas comunidades enfrentam altos níveis de pobreza e desigualdade e não têm acesso a infraestrutura e recursos básicos. A maioria são pequenas aldeias agrícolas ou de pescadores, cujos moradores vivem fora da floresta e geralmente dependem do desmatamento de seus lotes de terra para cultivar alimentos e se sustentar.

"O que descobri, quando viajei ao Peru, foi que os incêndios na Amazônia e o desmatamento são incrivelmente complexos. Mas, no seu cerne, está a desigualdade social", afirmou Coster-Waldau.

"Conheci comunidades indígenas, e elas explicaram o terrível dilema que enfrentam: são agricultores. Eles precisam cultivar, não para ter lucro, mas apenas para alimentar suas famílias", disse o ator. "Essas comunidades frequentemente vivem em extrema pobreza e têm uma escolha impossível: são os guardiões da Amazônia, mas também têm pouca opção, a não ser limpar partes dela e plantar para sobreviver".

"Os problemas que as comunidades indígenas enfrentam na Amazônia são uma janela para observar não apenas os impactos da mudança global do clima, que se intensificou nos últimos 20 anos, mas também uma de suas maiores causas: a desigualdade social", afirmou. "Se não abordarmos a desigualdade em escala global, não conseguiremos corrigir a mudança global do clima. É complexo, mas há esperança. Temos os recursos, temos a tecnologia. Só precisamos agir. Precisamos nos unir como indivíduos, como comunidades, como nações. E, se fizermos isso, poderemos solucionar o problema".

"Os desafios do desenvolvimento são complexos e, no Peru, lar da segunda maior fração da Floresta Amazônica, precisamos buscar soluções integradas que garantam que comunidades vulneráveis possam acelerar o progresso em direção à igualdade e à resiliência à mudança global do clima", disse a Representante Residente do PNUD no Peru, Maria del Carmen Sacasa.

O PNUD apoia o governo, o setor privado e as comunidades em seus esforços para reduzir o desmatamento e combater a mudança do clima na Amazônia peruana. Alinhados à estrutura política nacional do Peru, o PNUD e seus parceiros lidam com a raiz das causas da degradação ambiental por meio do apoio à governança inclusiva, fornecendo assistência técnica para estimular o crescimento econômico sustentável e os meios de subsistência à prova do clima, facilitando parcerias com diversas partes interessadas para aliar finanças públicas e privadas e apoiar o desenvolvimento sustentável.