Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019 terá foco na desigualdade

8 de April de 2019

Foto: Mariana Costa

O mundo de hoje continua profundamente injusto. A vida e as perspectivas enfrentadas por um recém-nascido em um país ou em um lar pobre são radicalmente diferentes daquelas das crianças mais ricas. Em todas as sociedades, formas duradouras de desigualdade persistem, enquanto lacunas se abrem em novos aspectos da vida. O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019 terá foco na compreensão das dimensões da desigualdade mais importantes para o bem-estar das pessoas e o que está por trás delas.

"Embora muitos concordem que a desigualdade é extremamente importante, o consenso sobre seu motivo e o que fazer a seu respeito é menor. Precisamos aprimorar os cálculos para melhor descrever o que é a desigualdade, e para ter uma compreensão mais profunda de como ela mudará devido às transformações econômicas, sociais e ambientais que estão em desdobramento em todo o mundo. Só assim, poderemos conceber as opções políticas que possam efetivamente enfrentá-la", afirma o diretor do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, Pedro Conceição.

O relatório irá além do discurso dominante focado apenas nas disparidades de renda, considerando, também, as desigualdades em outras dimensões, como saúde, educação, acesso a tecnologias e até exposição a abalos econômicos e climáticos. Ele usará novos dados e métodos que destacarão, de uma forma que as métricas baseadas em médias não conseguem, como a desigualdade afeta a vida das pessoas. Além disso, terá visão de longo prazo, em direção a 2030 e ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

"Estamos testemunhando convergências e divergências no desenvolvimento humano. Por exemplo, em muitos países hoje, quando falamos sobre o acesso ao ensino fundamental, não há mais discrepâncias. Contudo, as diferenças entre crianças de famílias pobres e ricas estão aumentando tanto na primeira infância quanto na qualidade da educação. Essas desigualdades terão consequências para a vida toda, particularmente devido às rápidas mudanças tecnológicas, que provavelmente impactarão o mercado de trabalho. Esse é apenas um exemplo de por que nossa análise da desigualdade deve ir além da renda, além das médias e além do presente", explica Conceição.

O relatório de 2019 baseia-se na história do desenvolvimento humano e apresenta, de forma inovadora, as novas medidas de desenvolvimento e as novas parcerias com especialistas globais do World Inequality Lab, do LIS Cross-National Data Center em Luxemburgo, entre outros.

Para novas informações sobre o Relatório de Desenvolvimento Humano 2019, em inglês, clique aqui.