Voluntariado empresarial promove segurança alimentar em 60 comunidades brasileiras

27 de March de 2019

Arquivo pessoal

Um em cada dez funcionários da Cargill dedica parte do seu tempo para atividades voluntárias – o número é representativo, já que a empresa soma atualmente mais de 20 mil colaboradores. O incentivo às atividades voluntárias na empresa de origem norte-americana acontece desde 1997, embora, no início, o voluntariado não fosse sistematizado. A partir de 2012, o tema avançou dentro da firma devido às demandas sociais voltadas à alimentação.

Em 2014, o programa de voluntariado da empresa foi lançado de forma estruturada, por meio de um reposicionamento da Fundação Cargill no tema da alimentação. O assunto foi escolhido pela coerência com o próprio negócio da Cargill (produção e processamento de alimentos), envolvendo questões sociais e alimentação equilibrada. Atualmente, a companhia emprega cerca de 20 mil pessoas em todo o Brasil, e 10% do quadro de funcionários atua voluntariamente em ações sociais da empresa. Em 2012, esse percentual era de 5%.

O projeto foi vencedor do prêmio Viva Voluntário 2018 na categoria "Voluntariado Empresarial", em reconhecimento a suas atividades. O Viva Voluntário é uma parceria da Casa Civil da Presidência de República com o PNUD.  

Incentivos

A política da empresa é de que os funcionários possam usar quatro horas do expediente de trabalho por mês para ajudar a comunidade. "Os funcionários que se envolvem com essas ações costumam ser mais engajados com a empresa e sentem que estão fazendo algo de bom ao beneficiar a comunidade onde a empresa se encontra", afirma o analista de projeto Cesar Neres, responsável pelo programa de voluntariado da Fundação Cargill.

Além disso, segundo Neres, esses funcionários têm a oportunidade de melhorar e desenvolver habilidades como comunicação, trabalho em equipe, liderança, planejamento e eficiência, já que precisam se comprometer a entregar seu trabalho mesmo com quatro horas a menos dentro da empresa.

"Funcionários comprometidos com o trabalho voluntário costumam se manter por mais tempo na empresa, além de serem promovidos, já que entregam seu trabalho no prazo devido, mesmo com a jornada reduzida por conta das ações sociais", explica. "Eles vão além do seu trabalho, e muitos são considerados funcionários diferenciados".

Além dos ganhos profissionais, Neres também pontua os benefícios pessoais percebidos por quem decidiu participar das ações da empresa. Os voluntários citam, por exemplo, que a consciência alimentar e nutricional melhorou desde que iniciaram sua participação como voluntários, e estão comendo melhor e com mais qualidade.

Oficinas

A Cargill traz o tema da alimentação para as comunidades em quatro oficinas fixas: educação alimentar, jogos de tabuleiro, oficina de horta e oficina culinária, além de atividades complementares específicas de acordo com as necessidades da comunidade. Aprofundar o compartilhamento de informações com os beneficiados impacta a vida e o conhecimento dos voluntários da empresa.

A Cargill está presente em 190 localidades no Brasil, e o programa de voluntariado opera em 60 delas. Isso se deve ao fato de que algumas regiões são muito pequenas e o trabalho voluntário fica inviável durante o horário do expediente. Segundo Neres, a empresa pensa em formas de facilitar para que os funcionários dessas localidades menores também possam se envolver e ser beneficiados pelo programa.

Para viabilizar o envolvimento dos colaboradores, as ações acontecem em diferentes períodos durante o ano, dependendo da cidade. O volume de trabalho costuma ser menor durante a entressafra, e é exatamente nesse período que o trabalho junto às comunidades é realizado.