Campanha do Ministério da Saúde incentiva testagem do HIV

10 de December de 2019

Foto: Erasmo Salomão, Ministério da Saúde

A partir da estimativa de que 135 mil pessoas vivem com HIV e não sabem, o Ministério da Saúde lançou nova campanha publicitária para incentivar a testagem e, consequentemente, o diagnóstico precoce dos casos de HIV. Com o tratamento adequado, o vírus fica indetectável, e a pessoa não desenvolverá a doença. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou a capanha em Brasília em 1º de dezembro, Dia Mundial contra a AIDS. Na ocasião, divulgou também dados atualizados da infeção no país.

"A prevenção é feita com informação. É necessário que as organizações façam esse trabalho em conjunto. A união das ações é essencial para termos êxito na luta contra o HIV", afirmou a representante-residente do PNUD no Brasil, Katyna Argueta, que participou do evento de lançamento da campanha. Ela lembrou que existe muito a se fazer, mas que o Brasil está no caminho certo.

O PNUD mantém, em parceria com o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, o projeto de promoção do acesso aos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento às IST, HIV/AIDS e hepatites virais para populações-chave e demais populações prioritárias. Essa cooperação tem como resultado esperado aprimorar as capacidades de instituições governamentais, nacionais e subnacionais, e da sociedade civil para formular, implementar, monitorar e avaliar políticas públicas setoriais e intersetoriais universais e políticas focadas nas populações mais vulneráveis.

Infecção maior entre os jovens

Assim como registrado nos últimos anos, a infecção por HIV cresce mais entre os jovens. A maioria dos casos no país é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil notificações (57,5%).

"Uma das forças que move o ser humano é o medo. E ver ídolos morrerem trouxe impacto para a minha geração e temor em contrair a doença. Quando os primeiros casos foram identificados no Brasil e no mundo, não tínhamos o tratamento que temos hoje. Mas os jovens entre 20 e 34 anos não conhecem a cara do inimigo, não entendem que a doença mata. A gente antevê várias lutas contra o preconceito, contra a doença e precisamos trabalhar para que jovens parem de se infectar com o HIV", enfatizou Mandetta.

Em 2018, 43,9 mil casos novos de HIV foram registrados no país. A notificação para infecção pelo HIV passou a ser obrigatória em 2014, assim como o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente do comprometimento imunológico. A medida trouxe mais acesso ao tratamento e aumento de diagnósticos. Com isso, nos últimos cinco anos, a tendência de queda na taxa de AIDS foi maior.

Em relação aos casos de AIDS, quando a pessoa desenvolve a doença, o Ministério da Saúde estima que 12,3 mil casos foram evitados no país, no período de 2014 a 2018. O dado foi calculado com base na taxa de casos em 2014, caso ela se mantivesse ao longo desse período até 2018. Nesse mesmo período houve queda de 13,6% na taxa de detecção de casos de AIDS, sendo 37 mil casos registrados em 2018 e 41,7 mil em 2014.

Em toda a série histórica, a maior concentração de casos de AIDS também está entre os jovens, em pessoas de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados.

Prevenção

A campanha publicitária lançada pelo Ministério da Saúde neste ano celebra as conquistas nos 31 anos do Dia Mundial contra a AIDS. Com o conceito "HIV/AIDS. Se a dúvida acaba, a vida continua", a ação tem objetivo de mudar, na população jovem brasileira, a atitude e a percepção da importância da prevenção, teste e tratamento do HIV para evitar a AIDS. A comunicação ressalta que, caso o teste de HIV der positivo, com o tratamento adequado, o HIV pode ficar indetectável e a pessoa não desenvolve a AIDS. Todo o tratamento é oferecido pelo SUS, gratuito, seguro e eficaz.

O Ministério da Saúde tem ampliado as possibilidades de prevenção ao HIV/AIDS. Até dezembro deste ano, a previsão é distribuir 462 milhões de preservativos masculinos, o que representa aumento de 38% em relação ao ano passado, quando foram distribuídos 333,7 milhões de unidades. O número de preservativos femininos distribuídos pode chegar a 7,3 milhões de unidades, aumento ainda mais significativo em relação ao ano passado, 351,5% (1,6 milhões). Ainda em 2019, está prevista a finalização da entrega de 12,1 milhões de testes rápidos de HIV, fundamentais para o diagnóstico e futuro tratamento das pessoas infectadas.