Cerca de 1 mil profissionais de saúde brasileiros concluíram na quinta-feira (5) o Curso de Especialização em Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente, realizado na modalidade de educação a distância pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz).

Com duração de 15 meses, o curso foi desenvolvido por meio de cooperação entre Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e PNUD.

A iniciativa teve 50 turmas formadas por profissionais de saúde que atuam em hospitais, na gestão da qualidade e na vigilância sanitária. O objetivo foi desenvolver competências e conhecimentos científicos sobre questões de qualidade em saúde e segurança do paciente.

“No PNUD, enxergamos que assegurar o acesso adequado à saúde, em todas as formas e em todas as dimensões, é — e continuará a ser — um dos maiores desafios do país, com grandes reflexos sobre o desenvolvimento humano”, disse o representante -residente adjunto do PNUD no Brasil, Carlos Arboleda, presente no evento virtual de conclusão do curso. “A pandemia de COVID-19 jogou ainda mais luz nesse desafio e nos demanda respostas abrangentes, com escala, que possam fazer a diferença”, completou Arboleda.

O curso também capacitou profissionais de estabelecimentos que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS); aperfeiçoou e fortaleceu a ação de vigilância sanitária em serviços de saúde; e promoveu e difundiu o conhecimento científico sobre práticas assistenciais seguras e de qualidade.

“Boa parte da desaceleração das mortes que tivemos no mundo todo (na pandemia) se deve ao conhecimento que a gente adquiriu da doença e dos processos de qualidade e segurança que ajudam a salvar vidas. (...) Espero que nossos alunos possam aproveitar esses conhecimentos e aprofundá-los a cada passo ao longo da vida”, disse o diretor da ENSP, Hermano Castro.

A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, lembrou que as pesquisas e a formação em qualidade em saúde têm ganhado espaço, destacando a importância das evidências clínicas e científicas nos cuidados de saúde ao trazer um olhar centrado no paciente e na valorização das equipes.

Para o representante da Anvisa no evento, Washington Leite de Siqueira, o tema da segurança do paciente emerge mundialmente como uma questão central nas diretrizes das políticas de saúde. Segundo ele, o assunto é objeto de atuação do Ministério de Saúde, que foi o responsável por instituir o Programa Nacional de Segurança do Paciente.

Siqueira salientou que tais políticas, para serem bem sucedidas, demandam “a disponibilidade de profissionais com conhecimento científico, competências, habilidades e práticas que resultem em processos assistenciais efetivos e seguros”.

“Nesse sentido, espera-se que os novos profissionais formados por este curso possam contribuir para a qualificação do cuidado em saúde nos diversos estabelecimentos de saúde públicos ou privados do Brasil, impulsionando estratégias voltadas ao cuidado de qualidade e fazendo cumprir o que as normas vigentes preconizam”, salientou.

A coordenadora do Curso de Especialização em Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente da ENSP/Fiocruz, Lenice Costa Reis, prestou na ocasião uma homenagem ao pesquisador da instituição Walter Viera Mendes Junior, idealizador do curso e falecido em 2017. Ela também lembrou a importância do SUS para a universalização do atendimento em saúde.

“Hoje, formar 970 trabalhadores do SUS é, para nós, motivo de orgulho imenso e de esperança de ter um SUS que possa um dia cumprir sua missão em toda a sua plenitude, garantindo acesso a todo mundo que precisa, com qualidade e segurança”, declarou.